NadiaViCronicaMente

escrevo para salvar-me.

Não tenho um romance na gaveta,

Tenho cadernos com flertes e versos inacabados.

Aceita um poema?

Tenho livros abertos e

Uma caixa cheia de ideias.

Aceita uma crônica?

Não tenho um conto,

Nem um centavo.

Mas não pode preço,

meus escritos não valem nada!

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O verbo amar e a educação da sensibilidade

Uma canção de Peninha insiste num refrão “Quando a gente gosta é claro que a gente cuida…”. A frase, muito simples e até óbvia, como confirma a letra da canção, se extraída do âmbito da relação amorosa entre dois seres e estendida a outros cuidados materiais e até imateriais, aponta, quem sabe para uma explicação (não menos óbvia) quase sempre negligenciada sobre a relação que estabelecemos com o nosso mundo.

Quero dizer que nós, parcela de seres humanos nascidos num ambiente capitalista regido por uma razão meramente instrumental, não fomos educados para amar e, menos ainda para cuidar seja do que for. As coisas não são feitas para durar, são frágeis e com data de validade para virarem lixo; os amores são líquidos e amanhã, quem sabe?

A notícia poderia ser boa se essa fluidez correspondesse ao Devir de Heráclito ou ao de Nietzsche, longe disso. Não há conteúdo emancipatório e libertador nesse frenesi acelerado para lugar nenhum. Só há esvaziamento do ser (de si) e do sentido das coisas.

É de se esperar que queixas como as entoadas na canção se multipliquem exponencialmente por aí. Estamos diante de um sintoma antigo que recebe muitos nomes. Só para citar alguns: estranhamento, atitude blasé, sentimento de não pertencimento ou identificação.

A minha pretensão neste blog não é abordar ou discorrer sobre cada uma dessas modalidades de distanciamento de uma genuína conexão com as coisas e as pessoas a ponto de produzir sentido e significados duradouros. A proposta é continuar meu interminável trabalho de formiga tentando demonstrar de que forma podemos educar a sensibilidade de modo a poder colaborar para mudar hábitos de pensamento e, por consequência, atitudes, posturas, valores talvez que nos comprometam com a vida.

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